Plataformas automatizadas (APIs) aumentam a produtividade

As pessoas podem não perceber, mas elas usam APIs o dia todo. As Interfaces de Programação de Aplicativos (ou, em inglês, Application Programming Interface) estão presentes nas home pages de hotéis que disponibilizam mapas do Google para indicar sua localização, ou nos sites de vendas que acessam o sistema dos Correios para calcular prazo e frete, ou nos aplicativos que permitem que o usuário utilize o mesmo login de uma de suas redes sociais.

As APIs são um tipo de programação utilizada em plataformas digitais que possibilita a conexão e a comunicação entre outras plataformas, softwares e serviços, para oferecer uma funcionalidade completa do negócio ao usuário. Em outras palavras: para interagir com um programa qualquer, nós, humanos, utilizamos interfaces gráficas. Quando dois programas interagem entre si, eles utilizam as APIs.

No formato atual, baseado em protocolos abertos de internet, essa ferramenta surgiu no ano 2000 e ajudou a garantir o crescimento de empresas como Ebay, Amazon e Twitter. E tem um potencial enorme para empresas de todos os tamanhos. Afinal, ao garantir a integração entre diferentes programas, ela pode aumentar exponencialmente a produtividade.

Utilizando essa ponte que conecta aplicações, é possível automatizar uma série de tarefas repetitivas, como preencher planilhas e atualizar os endereços e a classificação de clientes.

O uso de APIs auxilia o dia a dia e aumenta a produtividade das empresas

Tecnologia essencial

De olho no futuro, não só do sistema bancário como de toda a estrutura da economia global nas próximas décadas, o Bradesco aposta no desenvolvimento de novas tecnologias. Uma delas é a API. “Essa é uma tecnologia relativamente antiga, que viabiliza compartilhar informações de uma maneira mais simples. Ela muda completamente a forma de pensar seus modelos de negócio”, explica Fernando Freitas, superintendente do departamento de Pesquisa e Inovação do Bradesco.

Além de pesquisar e desenvolver tecnologias, a empresa ainda estimula o trabalho de empresas parceiras. “Buscamos parceiros, conectados através de API, para encontrar soluções inovadoras para uma série de necessidades de nossos clientes, incluindo gestão de negócios e contratação de crédito”, afirma Fernando Freitas.

Em coerência com esse esforço, o Bradesco inaugurou neste ano o inovaBra habitat, um espaço colaborativo que sedia startups focadas nas tecnologias mais disruptivas atualmente.

A ExpenseOn é uma das habitantes desse espaço. A startup trabalha no desenvolvimento e na comercialização do software de gestão de reembolso de despesas corporativas. Com ele, nunca mais um funcionário em viagem ou reunião externa vai precisar guardar notas de papel.

O sistema também gera uma série de relatórios em tempo real, que permitem traçar um panorama das despesas da empresa – quais são os maiores custos e gastos por funcionário, por exemplo – ajudando a identificar oportunidades de economia.

“As APIs são usadas para conectar toda a operação da empresa com a nossa plataforma. Fazemos uma checagem com a política de despesas da empresa e depois integramos com o sistema de IP deles e de RH. Após isso, o financeiro não precisa mais registrar manualmente as informações”, relata Yanick Gudim, CEO e fundador da startup.

Conexões para gerar negócios

Outra startup do inovaBra habitat é a Rankdone, que criou um market place de testes aplicados a candidatos que disputam vagas em empresas. Seu grande diferencial é oferecer um retorno aos participantes que não foram selecionados. “Além de apontar qual é o melhor concorrente para a vaga, a Rankdone fornece aos 99% excluídos um feedback colaborativo, com sua nota, qualidade de seu desempenho e links de auto estudo”, explica Marcelo Marques, co-fundador da startup.

De acordo com ele, fazer parte do inovaBra habitat é estar no meio do “furacão das inovações”, pela troca que acontece com outras startups. A ideia do market place surgiu ali. “As empresas precisavam de candidatos, mas não encontravam aqueles com a qualificação necessária. Para melhorar o profissional, temos que informá-lo sobre os motivos que o reprovaram na seleção, oferecendo ferramentas para que ele estude e volte mais bem preparado”, completa.

Atualmente a Rankdone valida sua solução dentro da própria estrutura do Bradesco, trabalhando de perto com o processo de recrutamento e seleção do banco.

Em outra frente bem diferente, a medicina, mas também utilizando APIs, está a startup NexoData, que desenvolve prontuários médicos integrados a plataformas inteligentes. O prontuário fica disponível online e é utilizado para cadastrar os pacientes, prescrever medicamentos e solicitar exames. Assim, é possível, por exemplo, indicar remédios com segurança, sem errar o nome ou solicitar uma concentração que não é fabricada.

A prescrição pode ser impressa ou acessada online pelas 78 mil farmácias que utilizam o mesmo sistema. “O Brasil tem 500 mil médicos. Fazê-los utilizar o nosso produto é um esforço gigantesco, pois no mercado existem dezenas de prontuários eletrônicos diferentes. Nossa maneira de entrada foi propor a integração desses documentos através de uma API nossa”, ressalta Antônio Endrigo, CEO da NexoData.

Foto: Getty Images
Fonte: PEGN

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